O Children`s Hospital da Philadelphia (CHOP) é considerado um dos maiores centros de tratamento para crianças nos Estados Unidos. O departamento de nutrição desta instituição faz muitas pesquisas sobre alimentação infantil, e publicou algumas recomendações interessantes, inclusive sugerindo uma mudança na antiga pirâmide alimentar!
Nossa cultura comete alguns pecados em relação a alimentação infantil. Estimulamos o vínculo afetivo com o consumo de comidas hipercalóricas. Tratamos a ausência dos pais, com doces, lanches e guloseimas. Usando dessas mesmas moedas, procuramos comprar o afeto dos pequenos.
Há também aquela impressão de que criança precisa estar sempre super alimentada. Sendo assim, caso ela não almoce, tratamos de oferecer leite com achocolatado, acreditando que essa atitude seja a melhor para o seu desenvolvimento. Podemos estar enganados. Crianças gastam muita energia, e ainda assim, conseguimos alimentá-las exageradamente. Prova disso é o aumento na prevalência de obesidade nos últimos 10 anos, que passou de 11,8 % em 2006 para 18,9 % em 2016, afetando 1 em cada 5 brasileiros.
Além disso, vivemos uma epidemia de crianças obesas, alérgicas, dislipidêmicas e resistentes a insulina.
O que uma dieta anti-inflamatória pode fazer pelas nossas crianças?
A inflamação é um mecanismo de defesa natural do nosso organismo, auxilia no combate a infecções e cicatrização de tecidos .
O excesso de açúcares e farinha branca na dieta, levam a um descontrole nos mediadores inflamatórios, gerando um estado inflamatório crônico na criança. Essa situação está diretamente relacionada ao aumento de risco para diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, algumas patologias autoimunes e diversos tipos de câncer na idade adulta.
A proposta da dieta anti-inflamatória é baseada na combinação de dois tipos de alimentação saudável, amplamente estudadas nos últimos 30 anos: a mediterrânea e asiática. Ambas encorajam o consumo de COMIDA DE VERDADE.
Ambas encorajam o consumo de comida de verdade!
Propostas:
aumentar o consumo de alimentos ricos em gorduras boas, como castanhas e suas pastas, peixes, abacate, nozes e sementes. Esses alimentos ajudam a proporcionar saciedade.
Proteínas vegetais devem ser incluídas, assim como azeite de oliva e carnes brancas e ovos.
As crianças devem se habituar ao consumo de chás sem cafeína
Carboidratos de baixo índice glicêmico devem contribuir com grande porcentagem do aporte de energia.
Frutas, verduras e legumes muito coloridos
A alimentação deve ser feita de maneira mais lenta e com atenção plena
Esse tipo de alimentação é rica em fitoquímicos, que por sua vez tem propriedades cardio protetoras, antioxidantes ( polifenóis e bioflavanoides), promovendo efeitos anti-inflamatórios. Os benefícios estudados na população infantil foram diversos: diminuição de processos alérgicos, menor incidência de crises asmáticas, menor risco de esteatose hepática na adolescência.
Resumindo:
Criança precisa comer comida de verdade, quanto menos industrializado, melhor
Podemos oferecer o mesmo alimento diversas vezes, para melhorar a diversidade de sabores do paladar
Quem está com fome, acaba comendo.
Quem comeu bolachinha, danone, tomou um copão de leite com achocolatado, não vai ter fome.
Papai e mamãe são os exemplos. Tente comer com seus filhos, não deixe a educação alimentar nas mãos de terceiros.
Link da proposta de dieta anti-inflamatória do CHOP
Link para a nova proposta de pirâmide alimentar
https://media.chop.edu/data/files/pdfs/anti-inflammatory-diet-pyramid-pfe.pdf
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