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  • Foto do escritorDra. Luciana Gandra

Resiliência & Neuroplasticidade


Um cérebro saudável adulto possui 100 bilhões de neurônios, com longas ramificações destinadas a transmitir constantemente informações através dos circuitos cerebrais, criando a base celular das memórias, pensamentos e habilidades.


Pensávamos nele como um órgão imutável, formado por células incapazes de regeneração. Isso é equivocado.


Hoje sabemos da habilidade cerebral em criar novos neurônios e principalmente, ativar e desativar conexões.


Desta forma, quando submetidos a situações estressantes ou traumáticas, nossos neurônios reagem, primeiro “retraindo”, mas posteriormente, superando o trauma, adaptando-se a condições adversas e tornando-se ainda mais qualificados. A esse mecanismo, dá-se o nome de resiliência, e a falta desse recurso, pode ser o início de um processo de adoecimento físico ou mental.


Sabemos que essa característica tem um forte componente genético, mas também epigenético. Portanto, o indivíduo pode nascer resiliente, ou desenvolver esse recurso através de experiências vividas, principalmente na infância.


Existem indivíduos naturalmente resilientes, com capacidade de adaptação acima do normal. Percebi durante minha experiência com situações dolorosas e tristes, que a espiritualidade muito contribui na aceitação dos fatos como eles são.


A fé aumenta a capacidade de resiliência, inclusive no luto.

Ter uma visão de que nossa vida é guiada por um propósito superior, ser convicto de que haverá uma continuidade, faz com que suportemos a dor com mais leveza.


Nossa cultura ocidental produz indivíduos menos resilientes. A globalização nos aproximou do oriente e facilitou a incorporação de traços da espiritualidade oriental no nosso universo. A meditação tornou-se uma arma poderosa para treinar a resiliência. Levando em consideração o fato de que nosso cérebro é plástico, ou flexível, podemos reinventar a maneira como reagimos aos fatos da nossa vida cotidiana.


A neurogênese e neuroplasticidade, muito estimuladas pelas atividades físicas, nutrição, meditação e novos aprendizados, trabalham para refazer circuitos neurais e melhorar as sinapses (conexões).


Podemos especular que esse processo possibilite afastar memórias baseadas no medo, superar doenças neurodegenerativas e eventos traumáticos passados que evocam ansiedade e stress.


Abre-se um portal repleto de possibilidades, múltiplas formas de treinar nossa resiliência e chegar cada vez mais perto da verdadeira felicidade e contentamento.

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